Euzimar Nunes de Sousa
Publicado em 09.01.2007
Jeremias 3:15
Vivemos uma crise pastoral sem precedente. E acredito que muito dessa crise se deve à falta de amor no ministério pastoral. Tanto temos pastores que têm medo de amar, e não ama; como temos igrejas que não sabem amar, e não amam. O medo a que me refiro tem feito com que muitos pastores se frustrem no ministério. Quem o pastor deve amar? Esta pergunta é inquietante porque ela nos desafia a pensar no pastorado com uma amplitude maior do que temos pensado.
O pastor precisa amar a Deus sobre todas as coisas e pessoas. Parece absurdo pensar que um pastor não ama a Deus. Mas absurdo maior é perceber que alguns não amam mesmo. Se perguntarmos a alguns crentes se Deus é prioridade na vida deles, eles vão nos responder que não. Infelizmente, esta resposta pode ser a mesma se perguntarmos a alguns pastores: Deus é prioridade na sua vida? Alguns, ou talvez muitos, vão responder que não. Alguns motivos podem explicar porque Deus não é prioridade na vida de alguns pastores, vejamos alguns:
Falta de conversão
Não é pelo fato de “ser” pastor que podemos afirmar que a pessoa é convertida. Para muitos, a palavra pastor é apenas um título e não uma função, logo, para estes, pode se ter o título mesmo que não seja convertido. Mas a falta de conversão é o grande impedimento para se ter uma boa relação de amor com Deus. Ter certeza de que Jesus é o nosso único e suficiente salvador é condição indispensável para se manter uma relação de amor com Deus.
Confusão quanto ao chamado para o ministério
Como alguém pode amar a Deus, se está realizando um ministério cheio de dúvidas? Tenho visto “colegas” sofrendo do mal da dúvida. Acham ou pensam que são chamados e às vezes acham ou pensam que não são. Esta dúvida martiriza alguns que, com sinceridade, têm procurado servir a Deus. Possivelmente, esta dúvida exista pela visão que temos desenvolvido na igreja de achar que o ministério mais importante seja o pastoral. Com isto temos motivado alguns bons evangelistas ou professores de EBD à posição de pastores. Com esta atitude perdemos bons evangelistas e professores e ganhamos pastores confusos. Creio que precisamos resgatar o valor de outros ministros e ministérios, sob pena de continuarmos penalizando bons crentes com o peso de um ministério para o qual não foram chamados.
Casamentos desajustados
Amar a Deus, estando no ministério pastoral e ao mesmo tempo vivendo um casamento desajustado, deve ser um desafio para um super-homem. Como falar do amor de Deus que concerta casamentos e não concerta o seu próprio? Como associar o amor mental, com o amor real (coração)? Como lidar com o peso de pregar sobre casamento, aconselhar casais, tendo um casamento desajustado? Certamente que não são poucos os pastores que vivem um casamento de aparência, de conflitos, de falta de amor. Precisamos nos permitir ser ajudados, ser menos auto-suficientes, ser menos hipócritas, ser mais amigo dos colegas e buscar mais colegas que sejam amigos. Precisamos empregar no nosso casamento os recursos que oferecemos aos demais casais.
Falta de vida devocional
Quando perguntaram ao Dr. Billy Grahan o que ele mudaria se começasse de novo seu ministério, ele respondeu: “eu pregaria menos e oraria mais” e ainda, acrescentou: “estudaria mais a bíblia para me alimentar e não apenas para pregar”. Muitos pastores não desenvolvem uma vida de oração e estudo da bíblia.
Falta de sucesso no ministério
O insucesso no ministério tem levado muitos pastores a pastorear sem amor. Logo vêm as cobranças; cobra a si mesmo, a família, as Igrejas, a denominação a que faz parte, os demais colegas (especialmente aqueles que parecem bem sucedidos). Muitas vezes o insucesso existe exatamente porque está faltando os pontos enumerados acima. Outras vezes o insucesso não é percebido porque está sendo medido de forma errada, isto é, às vezes se mede o sucesso no ministério pelo tamanho da igreja que pastoreia, pelo salário que está ganhando, pelo número de batismos realizados, pela quantidade de decisões que acontece quando pregam, pelos cargos que ocupa na denominação, etc. Mas acredito que estes não são necessariamente os parâmetros para se medir sucesso no ministério pastoral. Se você ama o rebanho que Deus te confiou para pastorear, se você consegue influenciar pessoas a amarem as outros, se você tem certeza que está no centro da vontade de Deus, o seu sucesso está garantido.
Veja o que disse o Apóstolo Paulo em Atos 20:24 “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.” E ainda Paulo nos faz pensar em sucesso por outro lado quando ele escreve em I Timóteo 4:7 “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” Ele se mostra como um pastor de sucesso e que é este o sucesso que devemos almejar.
Veja o que disse o Apóstolo Paulo em Atos 20:24 “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.” E ainda Paulo nos faz pensar em sucesso por outro lado quando ele escreve em I Timóteo 4:7 “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” Ele se mostra como um pastor de sucesso e que é este o sucesso que devemos almejar.
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